O que levou a Intel a fracassar em seus planos mobile?

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(Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)

Há aproximadamente dois anos, a Intel convidou vários jornalistas à cidade de Santa Clara para mostrar aquilo que, na época, eram seus planos para o mercado mobile. O grande destaque da ocasião foi a arquitetura de 32 nanômetros conhecida como Medfield, que prometia tornar a companhia um sério competidor no segmento de smartphones e tablets medianos.

Durante a demonstração, a Intel prometeu que, enquanto a tecnologia iria abrir espaço no mercado para dispositivos x86, seriam os produtos Clover Trail+ e Merrifield os responsáveis por solidificar esse segmento. No entanto, a realidade se mostrou pouco favorável à organização, que até hoje possui pouca influência e impacto sobre o mundo dos dispositivos móveis.

Os problemas enfrentados pela companhia estão ligados a diversos motivos, entre eles sua inabilidade de fabricar um chip LTE capaz de competir com a concorrência. O primeiro modem do tipo criado pela empresa, o XMM 7160, foi lançado somente mês passado, o que representa um grande atraso em relação aos outros players desse mercado — algo que provavelmente motivou a companhia a adquirir a Fujitsu Wireless recentemente.

Decisões equivocadas

Outro ponto que pode ter prejudicado a Intel foi a decisão de restringir a linha Merrifield a processadores com no máximo dois núcleos. Embora a tecnologia Hyper Thread tenha ajudado a compensar a falta do poder das arquiteturas Medfield e Clover Trail+, o mesmo não aconteceu com os produtos atuais da companhia — algo que a percepção pública de que CPUs quad-core e octa-core sempre são melhores e os benchmarks pouco ajustados aos dispositivos da empresa ajudou a piorar.

(Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)

Além disso, a estratégia que a companhia tem de manter suas margens de lucro em patamares adequados pode ter prejudicado seus planos. As únicas empresas capazes de pagar aquilo que a Intel cobra, a Apple e a Samsung, atualmente se mostram cada vez mais interessadas em criar chips com características próprias e preservar suas propriedades intelectuais — algo que as leva a se afastar da popular fabricante de processadores.

A estrada para o futuro

Prova de que a empresa mudou seus planos é o anúncio recente de que a Intel se uniu à TSMC para o projeto SoFIA, que prevê que a empresa vai usar a fundição taiwanesa para criar processadores Atom e chips de rádio. Isso indica que, embora permaneça no mercado mobile, a companhia pode ter mudado sua estratégia como forma de conquistar a atenção de mais fabricantes, mesmo que isso implique diminuir sua margem de lucro.

Atualmente, os esforços da organização parecem estar mais focados no mercado de tablets, no qual a presença de processadores sem compatibilidade com o sistema LTE é mais aceita. A companhia pretende lançar em breve a linha Airmnont/Cherry Trail de 14 nanômetros cuja performance deve se mostrar equivalente à linha Core Ivy Bridge.

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