Watson, o supercomputador que promete erradicar 8 tipos de câncer

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O termo “moonshot” tem sido usado por várias empresas de tecnologia. Mas o que isso pode significar? Acontece que a iniciativa de John Kennedy, que colocou um homem na Lua há cerca de 50 anos, tem inspirado os projetos de várias companhias.

Eis que a IBM, uma das maiores companhias de informática do mundo, decidiu também adotar a tal expressão; pesquisas avançadas em parceria com o centro MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, prometem erradicar 8 formas de câncer – dentre eles, a leucemia.

Este projeto “moonshot” tem recebido investimentos bastante generosos desde o ano passado – apenas por parte da iniciativa privada, as pesquisas computaram um saldo de US$ 139 milhões. E qual é o grande responsável por entender a linguagem da medicina e buscar, assim, respostas às questões de combate contra o câncer?

O supercomputador Watson, desenvolvido pela IBM, não tem apenas processado trilhões de dados; “[a máquina] está aprendendo e entendendo os caminhos [rumo aos] diagnósticos e opções de tratamento”, diz Manoj Sexena, diretor geral da IBM Watson Solutions.

Um supercomputador

Estaríamos longe dos tempos em que os computadores serão capazes de compreender e responder a linguagem humana? Se depender de Watson e de alguns bons gramas de processadores POWER7, não. Ao executar o software IBM DeepQA, o supercomputador é capaz de ler cargas colossais de dados. “Analisamos dados desde o crescimento até o florescimento de tipos de câncer”, diz Cindy Farach-Carson, vice-presidente de pesquisas da Universidade de Rice (outra das instituições parceiras deste “moonshot”).

Ele é capaz de "entender" o desdobramento de fenômenos. (Fonte da imagem: Reprodução/VentureBeat)

Ainda conforme explica Kim Andrews, diretor e pesquisador de computação também da Universidade de Rice, o IBM Watson tem atuado de forma expressiva no contexto mundial das ciências biológicas. “Então, quanto mais realismo você conseguir incorporar em seu modelo, melhores serão as suas produções sobre ‘como’ e ‘por que’ [um fenômeno] é produzido”.

Na prática

Watson, justamente por poder processar blocos complexos de informações e conseguir assim “entender o que dizem os dados”, já tem fornecido soluções em medicina. Na prática, a incrível máquina é capaz de criar um leque de possibilidades a partir de uma determinada constatação e informar, rapidamente, como uma doença pode se desdobrar.

Exemplo desta capacidade foi a medida executada pelo médico Courtney DiNardo, um dos participantes do projeto piloto de recomendações de tratamento. Há poucos meses, uma das pacientes do voluntário foi apontada por Watson como forte candidata ao desenvolvimento de uma séria complicação durante seu tratamento contra a leucemia (chamada de síndrome de lise tumoral).

Sugestões de tratamento são feitas pelo projeto piloto. (Fonte da imagem: Reprodução/IBM)

A tecnologia de indicações do computador alertou DiNardo, que de pronto aplicou um tratamento de prevenção à tal síndrome – evitando quaisquer complicações renais ou cardíacas à paciente leucêmica. Chamado de MD Anderson’s Oncology Expert Advisor (ou OEA), este projeto é “muito mais preciso, uma vez que se baseia em evidências”, conforme explica o doutor Courtney DiNardo.

Futuro

O supercomputador Watson ainda está em estado de aperfeiçoamento. Mas, de acordo com Steve Gold, vice-presidente da IBM, por usar uma tecnologia baseada em nuvem e, portanto, bastante avançada, é possível que vejamos centrais automatizadas de recomendações de tratamento nos hospitais de todo o mundo dentro de alguns anos. “Em 2011, Watson usava 90 servidores para armazenar 15 terabytes”, disse Gold em referência ao espaço físico anteriormente necessário à máquina.

“Agora, [ele] é muito mais acessível (pois utiliza os serviços de nuvem) e funciona em uma velocidade 240 vezes maior ‘do que quando estava integrado aos servidores sólidos’”, esclareceu o executivo. Atualmente, os servidores da IBM têm o tamanho de uma caixa de pizza – algo que faz desta poderosa tecnologia um recurso potencialmente acessível aos centros médicos sem grandes alterações de infraestrutura.

Hospitais de todo o mundo poderão adotar novos tratamentos. (Fonte da imagem: Reprodução/RebelMouse)

“No futuro, nossos filhos vão olhar para trás e dizer: ‘não posso acreditar que vocês costumavam usar quimioterapia e sentar-se ao telefone por 20 minutos à espera de ajuda. Este é o tipo de tecnologia que vai mudar a forma com o que os médicos usam os fatos como parte de suas decisões cotidianas”, emplacou Gold em promissor e otimista comentário.

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