Facebook causa ou não depressão?

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Ninguém sabe se faz ou não mal para a saúde. (Fonte da imagem: Reprodução/Conectica)

O Facebook é o ovo de galinha dos tempos modernos para a ciência. Hora ele faz muito mal, hora faz bem e hora não faz diferença alguma na vida das pessoas. O fato é que várias universidades no mundo contam com pesquisadores estudando os efeitos da rede social de Mark Zuckerberg sobre seus usuários. Alguns são bem pessimistas, enquanto outros são mais contidos.

Recentemente, um estudo da Universidade de Michigan foi feito com universitários que usavam a rede social e tentou relacionar o humor dessas pessoas com o quanto de tempo elas passavam usando a plataforma. Esse fato chamou a atenção do pessoal do The Verge, que entrou em contato com o Facebook para saber como a empresa lida com estudos científicos que acabam culpando o site pela depressão dos usuários.

Generalização

O primeiro problema apontado pela empresa nas pesquisas que acusam a rede social de causar depressão é a forma como elas analisam o Facebook. Quer dizer, como os estudos recolhem dados para dizer se o site realmente influencia o humor das pessoas.

Esse artigo da Universidade de Michigan, por exemplo, fez uma pesquisa com cerca de 80 estudantes universitários e perguntava para eles diariamente quanto tempo passaram no Facebook e o quão satisfeitos com sua vida estavam naquele momento. Com isso, produziram um gráfico que revelava que, quanto mais tempo no Facebook essas pessoas passavam, mais deprimidas elas ficavam. Ou seja, culpa do Facebook.

Em linhas gerais, o estudo parece bastante generalizador quando a rede social promove uma infinidade de atividades diferentes. Por exemplo, se você passa todo o seu tempo no Facebook perseguindo o perfil da sua ex-namorada ou ex-namorado, é compreensível que esse tempo de rede social será prejudicial para seu humor. Por outro lado, se você passa seu tempo no Facebook conversando com sua família, amigos queridos e pessoas de quem tem saudade, seu humor deve sofrer o efeito inverso.

Além do mais, as pessoas podem passar seu tempo na rede social apenas jogando, rolando o feed para baixo, clicando em anúncios, postando spam e fotos de cachorrinhos. Como saber então que tipo de efeito cada uma dessas atividades tem sobre uma pessoa?

Há coisas boas e ruins nas redes sociais. (Fonte da imagem: Reprodução/La Hora)

Facebook procurando uma defesa

Para tentar contrapor pesquisas que taxam a rede social como causadora de problemas de saúde, o Facebook resolveu procurar pesquisadores que possam fazer estudos mais detalhados sobre seus efeitos. Assim, Moira Burke entrou em cena para tentar mostrar que não é o Facebook em si o causador da depressão, mas sim as atividades não saudáveis que as pessoas realizam na rede social.

Ela explicou ao The Verge que, para ter uma pesquisa realmente válida sobre a rede social, é preciso levar em consideração um grande leque de variáveis. Fora isso, escolher um grupo de pessoas de características semelhantes pode deixar a pesquisa rasa, abrindo espaço para generalizações. Assim, a Universidade de Michigan dizer que o Facebook faz mal para universitários dá um espaço para que artigos em blogs e na própria impressa considerem o estudo válido para todos os grupos sociais e de todas as idades.

Universitários no Facebook e alcoólatras no boteco

Moira comenta ainda que fazer um estudo sobre os efeitos do Facebook com universitários é praticamente a mesma coisa que fazer uma pesquisa sobre os efeitos do álcool com pessoas que frequentam determinado bar todos os dias. Isso porque os anos na universidade são comprovadamente o período em que as pessoas mais usam a rede social, sendo a classe “viciada” no serviço.

Ou seja, no fim das contas, dizer que o Facebook é o causador da sua depressão é o mesmo que dizer que a internet está por trás disso. Tudo depende das atividades que você realiza. Fora isso, medir apenas uma dimensão da vida de uma pessoa para descobrir se ela está deprimida ou não pode acarretar erros graves. Às vezes, uma pessoa pode estar tendo problemas com a família, mas um possível estudo não deve querer saber desse detalhe — somente se o Facebook interferir.

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