Revolução médica: células infectadas pelo HIV são usadas para tratar a leucemia

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(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)

Segundo o The New York Times, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, desenvolveram um novo e revolucionário tratamento contra o câncer, com resultados sem precedentes. Ao invés de focar seus esforços em procedimentos que envolvem cirurgias, sessões de quimioterapia ou aplicação de radiação, os pesquisadores utilizaram células infectadas pelo vírus HIV para combater a leucemia.

De acordo com a notícia, os cientistas trataram Emma Whitehead, uma garotinha de sete anos de idade, reprogramando seus linfócitos T — que pertencem a um grupo de glóbulos brancos responsáveis por coordenar a imunidade celular — através do uso de uma forma não ativa do vírus da AIDS. Emma sofria de um tipo de câncer superagressivo e resistente aos tratamentos convencionais chamado leucemia linfoide aguda.

Como funciona?

(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)

Os médicos coletaram milhões de linfócitos T do próprio organismo de Emma e utilizaram o vírus HVI — devido à sua incrível capacidade de transportar material genético — para introduzir novos genes nessas células imunológicas. Assim, o sistema imunológico da garotinha foi reprogramado geneticamente para buscar as células cancerosas e destruí-las.

Os “novos” linfócitos foram, então, introduzidos na corrente sanguínea de Emma para buscar a proteína CD-19, presente na maioria das células B, que também fazem parte do sistema imunológico e se tornam malignas quando um paciente sofre de leucemia. O melhor é que as células reprogramadas permanecem no organismo dos pacientes, mesmo depois de finalizado o tratamento, funcionando como verdadeiros medicamentos vivos.

Reações ao tratamento

(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)

Os resultados não foram imediatos, e Emma quase não resistiu ao tratamento, sofrendo de inúmeras reações, como febre alta, queda drástica de pressão e problemas respiratórios até que os médicos conseguissem estabilizar o seu gravíssimo quadro.

De acordo com os pesquisadores, as fortes reações apresentadas pelos pacientes são um sinal de que o tratamento está surtindo efeito, já que elas ocorrem devido à liberação de substâncias químicas pelas células e indicam que está ocorrendo uma forte mobilização no sistema imunológico.

Procedimento experimental

(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)

O tratamento revolucionário funcionou e Emma está em remissão completa há sete meses. Apenas 12 pacientes no mundo receberam esse tratamento experimental, e quatro deles, incluindo a garotinha, obtiveram sucesso, sendo que dois deles estão bem há mais de dois anos. Emma foi a primeira criança a receber o tratamento, e o primeiro paciente com esse tipo de leucemia.

Porém, o tratamento não funciona da mesma forma para todos, e o custo é bastante alto. Cada paciente tem as células reprogramadas especialmente, e o custo do procedimento é de US$ 20 mil (cerca de R$ 40 mil). Além disso, os novos linfócitos não atacam apenas as células B malignas, mas as saudáveis também, o que significa que os pacientes se tornam vulneráveis a alguns tipos de infecções e precisam receber tratamentos frequentes para regular os níveis de imunoglobulinas.

Mesmo assim, a nova técnica pode substituir os complicados transplantes de medula óssea, assim como outros procedimentos ainda mais caros e complicados, e a comunidade médica e científica acredita que esta nova terapia pode ser uma gigantesco avanço no combate ao câncer.

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